domingo, 12 de abril de 2009

12 de Abril de 2009

São meia noite e trinta minutos. Acordei de repente. Há luz no corredor, eu consigo ver por baixo da porta. A televisão está ligada na sala, há risos e vozes. Vou voltar a dormir.

São duas horas e quarenta e três minutos. Acordei de repente. Não há mais luz no corredor. Também não há nenhum barulho na casa. Há música, vozes e risos lá fora. Vozes femininas cantam em coro "Ah! Que isso, elas estão descontroladas". Vai ter cú no final da noite. Vou voltar a dormir.

São três horas e trinta e dois minutos. Uma eternidade já se passou. Parou a música lá fora, mas as vozes continuam. Vozes masculinas, no entanto. Risos e barulho de garrafas quebradas. Onde há festa, há bebida. Onde há bebida, há muita gente estúpida. É tudo que eu consigo pensar no fim da noite.

São quatro horas e vinte minutos. Parece que não durmo há dois dias. Tem alguém tocando violão lá fora. Há música, vozes e risos. Os meus olhos já se adaptaram à escuridão. Até isso me incomoda. Fico pensando se eu conseguiria dormir se eu fosse dar uma mijada. Penso nos meus últimos dias, na minha solidão. Penso nos dias que estão por vir. Estou enlouquecendo, vou tentar domir.

São quatro horas e quarenta minutos. Esse sofá parece ser de pedra. Ainda estão tocando violão lá fora. Não consegui identificar nenhuma das músicas que eles tocaram. O fato é que parece que tem alguém estuprando um violão e várias pessoas gritando em coro na volta. Me faz lembrar do motivo pelo qual odeio rodas de violão. Me faz lembrar das rodas de violão em que estive e do quão estúpido eu era. Foram momentos felizes. Vou mijar e dormir.

São cinco horas e quarenta minutos. Recém percebi que hoje é Páscoa. Deu até tempo de me sentir triste antes de cair no sono.

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